terça-feira, 20 de julho de 2010

A Oração do devoto

"Esta é a minha índole. Quero a verdade, e espero e imploro pela
misericórdia dos Vaisnavas e de todos vocês para que não tenha outra
ambição senão ser o mais humilde dos servos do Senhor, sem jamais me
perder deste propósito."

Srila Sridhar Maharaja


Todos devemos orar da seguinte forma: "Ó Senhor, sou a pessoa mais
baixa e inútil. Que o meu mestre espiritual fique satisfeito comigo.
Que ele me dê força espiritual para seguir suas orientações. Que
todos os obstáculos à minha adoração ao Senhor sejam removidos de
modo que, ao final de minha jornada neste mundo, eu esteja só e
distanciado da agitação do mundo material e, com a mente estável,
cante os Santos Nomes com emoção. Que o Senhor tenha misericórdia de
mim e me permita dar meu último suspiro dessa maneira. Consciente ou
inconscientemente, tenho cometido inúmeras ofensas a Seus pés de
lótus, e ainda hoje continuo cometendo tais ofensas. Ó Senhor, por
favor, perdoe-me por todas essas ofensas e conceda-me um cantinho a
Seus pés de lótus. Torne a minha vida significativa e completa
permitindo-me estar na companhia daqueles que Lhe são
queridos.


"Faz muito tempo que só faço fingir ter sido iniciado. Na verdade,
não tenho feito aquilo que uma alma rendida deve fazer: não tenho
seguido à risca as instruções do meu mestre espiritual. Por isso,
não consegui avançar sequer um pouquinho em minha vida espiritual.
Todas as contaminações que estavam em meu coração antes de eu ser
iniciado ainda lá estão. Como, então, há de haver alguma esperança
de eu obter a percepção divina tida como o sintoma verdadeiro da
iniciação? Meu coração é como um pedaço de ferro, carente de
qualquer sentimento. Embora eu cante os Santos Nomes, meu coração
não derrete. Logo, fico pensando:

aparadha phale mama citta bhela vajra-sama
tuwa name na labhe vikara

(Bhaktivinoda Thakur)

"Em virtude das ofensas cometidas, meu coração ficou duro como um
trovão. Por isso, quando canto o Seu nome, não aflora nenhuma
transformação extática."

tabe jani tahe aparadha achaye pracura
krsna-nama bija tahe na haya ankura

(CC 1.8.29)

"Assim, concluo ter cometido inúmeras ofensas aos Santos Nomes;
pois, apesar de ter plantado a semente do Nome, não brotou nenhuma
trepadeira de amor."

"Ó Gurudeva! Agora, no crepúsculo da minha vida, vejo-me tão
abandonado e desesperançado. Ó meu Amo, o senhor não vê os defeitos
alheios! Seja direto comigo concedendo-me Sua misericórdia. Ajude-me
a livrar-me de todas as minhas ofensas para eu poder desenvolver um
gosto pelos Santos Nomes que o senhor mandou que eu cantasse.
Permita-me conquistar o direito de ser chamado de servo genuíno dos
Seus servos. Com a Sua visão Divina, o senhor me vê perfeitamente,
tanto externa quanto internamente. O senhor sabe tudo o que faço.
Portanto, oro para que tudo o que eu faça, meu comportamento, meu
serviço devocional, seja uma fonte de prazer para o senhor. Ó Amo,
perdoe todas as minhas ofensas, se as cometi querendo ou não.
Conceda-me um refúgio eterno entre todos os servos aos Seus pés de
lótus onde não há mais lamentação, medo e morte. Seus pés de lótus
são o único abrigo para uma pessoa como eu que não encontrou nenhum
refúgio em nenhuma lugar deste mundo. Seus pés de lótus são a única
fonte de benefício supremo para alguém como eu que não encontrou
nenhum valor em local algum deste mundo."

bhumau skhalita-padanam bhumir evavalambanam
tvayi jataparadhanam tvam eva saranam prabho

"Aqueles que tropeçam e caem têm apenas o chão como meio de ajuda
para se levantarem novamente. Ó Senhor, aqueles que cometem ofensas
ao senhor não têm ninguém além do senhor como refúgio."

(Srila Bhakti Promode Puri Gosvami Maharaja - "Art of Sadhana")

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